Smart - Iphone

Comece de novo, se preciso for recomece do zero

Por Aída Aparecida em 31/08/2022 às 14:23:20

Refazer planos e reerguer um propósito, diante de tantas reviravoltas porque não permanecer na busca por realizações em outras vertentes, ou renovar esperanças em sonhos que pareciam engavetados. A vida é cíclica e a mudança é normal. Buscar outros caminhos ou retomar outros fazem parte do viver. Ter consciência desse movimento é um bom começo para a aceitação do todo.

Evidente que certos movimentos são incômodos, nos quebram por dentro e seguir é um desafio. Quando na perda de uma pessoa querida e muito próxima de nosso cotidiano, a adaptação a sua ausência é realmente um processo longo. O passar dos dias em luto é um rastejar. Os costumes do outro as lembranças e o sentimento de perda são inevitáveis. Mas, mesmo assim, Ana seguia, certa de que o passar do tempo amenizaria a dor e as lembranças da filha Marina.

Os oito anos apreciando a presença daquela criaturinha rara foram de muito aprendizado, a tornou outra pessoa, mais responsável e a fez experimentar um amor imensurável. A filha viveu pouco, mas ensinou muito a sua mãe Marina que aos 25 anos, recém formada em Arquitetura deu à luz a uma menina encantadora, mesmo sofrendo com a indiferença do pai, o qual mal sabia o nome.

Os últimos dois anos de vida foi entre idas e vindas do hospital para se tratar de uma leucemia e mesmo nos piores dias o olhar astuto e interessado pelas novidades do mundo, não paravam de brilhar como duas jaboticabas.

Portanto, e por tudo que a menina dignificava, a partida da filha deixou Ana devastada. Por diversos momentos ela acreditou que não valia a pena prosseguir, que não havia sentido em continuar.

Com o tempo o luto se tornou a força que Ana precisava para enfrentar a mesma doença e viver pela memória da filha. Anos depois, curada, ela guarda a certeza que sua filha foi seu maior presente, uma dádiva que Deus proporcionou a ela como desígnio para enfrentar todas as dores dos outros, em um propósito ainda maior, a fundação Ana Gonçalves de Apoio a Pacientes em Tratamento de Câncer.

Ela encontrou outro sentido, descobriu o amor próprio através de um caminho que jamais havia imaginado, a solidariedade. Foi preciso juntar os cacos e recomeçar em um caminho novo, mas com toda a bagagem dos passos já percorridos. Um novo amor romântico, um novo filho e, assim, Ana inaugurou sua nova versão que se aperfeiçoará ao longo da vida que só faz acontecer, dia após dia.

"(...) Com o tempo o luto se tornou a força que Ana precisava para enfrentar a mesma doença e viver pela memória da filha. Anos depois curada, ela guarda a certeza que sua filha foi seu maior presente (...)

Fonte: Nívia Leles

Smart trincou
24h